segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Sem nenhum motivo.



As razões se perdem pelo tempo que não foi. Pela lembrança que não é minha, pelo 'eu te amo' que não é meu.

Essa mania de chegar tarde me maltrata demais. Então eu vejo todas as experiências que você já teve, toda uma história, tudo, e eu queria.

Um natal, uma páscoa, um dia das bruxas, um dia dos pais, a noite mais fria do ano, uma pescaria, um domingo cinzento, o dia do amigo, aquele dia triste, uma praia, você, no meio de tudo isso! São desejos vãos que corroem pela sensatez de enxergar as impossibilidades. Muita coisa já se foi!

E são pelos olhos, apenas, que tudo isso existe. Nada há mais que o poder dos teus olhos para mover em mim qualquer músculo, sensação e calor. Dói por dentro e eu pareço ferro e me desmancho aqui com as palavras que é tudo o que resta.

Esperando que isso passe, que esse desejo desmedido de te ver, de olhar pro verde infinito dos teus olhos... Embriagar-me com a torpeza de não te ter. Sofrer? Talvez.

O meu corpo não consegue ter paz quando está próximo dele e eu invejo essa rua que te vê passar todos os dias. Sortuda a pessoa que te toca, que lhe beija, que te abraça. Sinceramente eu não entendo tudo isso porque há uma fogueira que me acorda e uma nuvem que me esfria.

Quero guardar esse sentimento devasso, avassalador, que não me pediu licença, que me tira do sério, que me tira de se.

2 comentários:

paula pereira disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
paula pereira disse...

nossa que texto lindo, retrata do sentimento que muitas pessoas tem eu adorei muito emocionante Rosana.