terça-feira, 10 de maio de 2011

Velho, um medo.





“whole world's come undone
lookin' straight at the sun”

Não existia mais nada além da tentativa de romancear uma história que já havia perdido o brilho, que não tinha mais cor.

E o que restava?

Nada além de culpa e muitas versões descabidas do que realmente houve.

Acontece que tentei assemelhar essa história à um velho e metódico rock inglês.

Nada será suficiente para ela enquanto for apenas o bastante.

Uma demonstração sutil de qualquer coisa não é demonstração. E ali qualquer coisa nunca será apenas qualquer gesto. Tudo tem nome, cor, preço e endereço.

Ali foi um álibi em meio ao descrédito dos sentimentos que rodeavam uma concepção infeliz do que seria estar bem.

Estar só pra se estar.

O medo, a solidão, a aflição.

Tudo se desfez e se refez em poucas horas de distração.

E o que seria tudo quando ela descobre que o amor não é o bastante? O amor não é nada quando se i que falta muito aqui dentro.

Uma ponte pode ser uma ligação para qualquer coisa, e essa “qualquer coisa” é ele naquela velha história.

Mais uma vez: Culpa de quem?

Lidar com fatos, com atos e sentir que seu peito agora sente apertos, alívios, sente frio, sua boca sente sede de um beijo sincero.

Nesse sentir, ela embarca numa viagem sobre trilhos que já não brilham mais; trilhos ofuscados pela ferrugem externa da umidade que o vento traz, cheio de frio e de lágrimas e de cheiros que remetem a uma manhã fria com resquícios de felicidade.

O sentido não era ele que é tão sem sentido quanto as empolgações daquela menina que não se contenta com o que está ao seu alcance.

E os trilhos enferrujados estão pra todos que decidem passar e passear. Não é só dela, nem dele.

Você procura nos papéis e testemunhos uma venda pra evitar olhar pro sol, logo pela manhã, e descobre que um meio seria fazer isso o tempo todo.

Ele volta através de um medo tolo de perdê-lo. Perder nesse caso é quase uma piada. Mas, e perder de vista?

Nessa história de medo, ela vestiu, após um pesadelo, um espartilho tamanho mínimo, e o aperto no peito ficou. Nas reminiscencias em preto e branco, já sem força e intenção alguma.

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