terça-feira, 4 de maio de 2010

Outro elefante nas costas.

Uma coisa, já fazia algum tempo em que eu não havia parado pra pensar sobre isso, isso que falo é do meu relacionamento não afetivo com os vivos que estão ao meu redor(é porque existem mortos também). Pois é, existe um peso nas minas costas e acho que vou atribuí-lo as diversas adaptações que estou tendo que ter e de praticar o velho e habitual verbo “conviver”. E tudo isso porque ando percebendo que estou no meio de loucos e que cada um tem uma granada ou uma metralhadora nas mãos, de alguns dá pra escapar dos tiros, com outros tenho que convencê-los a não puxarem a cordinha, o que provoca um certo desgaste físico e cerebral.

O pior de tudo isso mesmo é que “tudo isso” cansa, além de irritar, de dar náuseas, cólicas, câimbras, cáries, pedra no rim, etc e tal. O razoável é a possibilidade de permanecer na rotina, isto é, se as suas tentativas de sobrevivências não forem frustradas por outro psicopata igual a você que resolva aparecer no caminho e tente convencer os loucos a puxarem a cordinha, ou até mesmo te distrair pra que um tiro das metralhadoras que te alvejam lhe acerte um tiro bem na supra-renal..ai não dá pra viver sem ela.

Contudo, são os repasses que me deixam permanecer em crise e não me ligar muito nessas observações provindas do ócio de minutos. No entanto, uma boa seria encontrar a maneira de “tirar”esse outro e mais um elefante das minhas costas, tirar é o verbo mais apropriado por que daí eu não iria responder por contravenção penal, por que pela obsessão de licitude em que tô vivendo, eu iria me apresentar perante autoridade policial, e faria também a minha denúncia.

De tal maneira em que não encontro a saída pra isso, vou levando a minha vida nesse desvio de tiros, de explosões, de conduta também, e num sábado qualquer, por mês, num domingo cinzento e chato e mais que insuportável depois do Faustão, eu resolva sair de casa e ir até a beira da linha do trem, tomar um vinho barato, doce e meio quente com o meu amigo que também vive esse dilema, e um contar pro outro que o aniversário de morte do David Gilmour tá chegando e que não podemos esquecer de acender a vela, aquela velha vela de vinte e cinco centavos que encontramos em qualquer bodega da esquina, e esquecer um pouquinho do nosso amigo tarantela nas nossas costas.