terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Naquele dia e hoje.

Chega o momento em que é necessário perceber que não dá mais. Chega a hora de parar. E algum dia essa hora chega mesmo!
Pode ser que o instante exato de amadurecer seja oriundo do mais devastador avalanche de todos os invernos, e não há muito o que se fazer a não ser aceitar.
As palavras ajudam a aliviar o nó imaginário do nosso estômago.
É tão ruim. Chorar não resolve nada além de consolar a parte física que dói.
Diante dessa situação de perda, ou de admissão de perdas pretéritas, o novo é esperançoso mas dá sempre aquele medo pelo fato de ser desconhecido.
A gente cai, rala um joelho, depois cai, rala o outro...depois passa a ferir outras coisas, até a fratura exposta. De tal modo acontece com a alma.
Eu não quero me atrelar as coisas que deixaram de existir, elas saíram do plano real, nem aos medos, nem a nada. Também não é um dos meus desejos sair por ai ferindo as pessoas em decorrência da minha fraqueza humana, a final, isso não está restrito a minha pessoa, tal coisa é natural.
Os problemas ganham dimensões diante das situações. Mas perder é sempre um dano, pode até não causar responsabilidade civil e ser dentro de um plano lógico, irreparável.
Esse texto é louco. Não se sabe ao certo o que quero dizer, não diferindo muito dos outros, mas é isso. As palavras ecoam diante da tristeza dos fatos, o que é comum, mas não ter o que amamos é a pior das frustrações, e é preciso buscar evoluir o espírito para suportar as diversas mazelas humanas que nos cabe.
É isso, temos que nos preparar todos os dias para quebrar e viver sem tudo aquilo que consideramos essencial.
Tudo passa e nada vale nada.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Fazer o quê?

Não dá pra saber, "nunca se sabe".
“Fiquei feliz em poder sentir tua falta, - a falta mostra o quão necessitamos de algo/alguém. É assim o nosso ciclo. Eu te preciso. Perto, longe, tanto faz. Preciso saber que tu está bem, se respira, se comeu ou tomou banho - com o calor que está fazendo neste verão, tome pelo menos uns três ao dia, e pense em mim, estou com calor também. Me faz bem pensar nessas atividades corriqueiras, que supostamente você está fazendo. Ah, e eu estou te esperando, com meu vestido curto, óculos escuros grandes e meu coração pulsando forte, e te abraçar até sentir o mundo girar apenas para nós. É, eu gosto muito de ti.”

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Olhe-o

Ele é de um jeito que ainda não sei, porque nem vi. Vai olhar direto para mim. Ele vai sentar na minha mesa, me olhar no olho, pegar na minha mão, encostar seu joelho quente na minha coxa fria e dizer: vem comigo. É por ele que eu venho aqui, boy, quase toda noite. Não por você, por outros como você. Pra ele, me guardo. Ria de mim, mas estou aqui parada, bêbada, pateta e ridícula, só porque no meio desse lixo todo procuro o verdadeiro amor. Cuidado, comigo: um dia encontro.

(Caio Fernando Abreu)

Humano, demasiado Humano

A esperança
- Pandora trouxe o vaso que continha os males e o abriu. Era o presente dos deuses aos homens, exteriormente um presente belo e sedutor, denominado de "vaso da felicidade". E todos os males, seres vivos alados, escaparam voando: desde então vagueiam e prejudicam os homens dia e noite. Um único mal ainda não saíra do recipiente; então, seguindo a vontade de Zeus, Pandora repôs a tampa, e ele permaneceu dentro.
O homem tem agora para sempre o vaso da felicidade, e pensa maravilhas do tesouro que nele pessui; este se acha à sua disposição: ele o abre quando quer; pois não sabe que Pandora lhe trouxe o recipiente dos males, e para ele o mal que restou é o maior dos bens - é a esperança. - Zeus quis que os homens, por mais torturados fossem pelos outros males, não rejeitassem a vida, mas continuassem a se deixar torturar. Para isso lhes deu a esperança: ela é na verdade o pior dos males, pois prolonga o suplício dos homens.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Hoje

Ela o amava. Ele a amava também. E ainda, que essa coisa, o amor, fosse complicada demais para compreender e detalhar nas maneiras tortuosas como acontece, naquele momento em que acontecia dentro do sonho, era simples. Boa, fácil, assim era. Ela gostava de estar com ele, ele gostava de estar com ela. Isso era tudo.


Caio Fernando Abreu