sexta-feira, 29 de outubro de 2010

a Hora.

Cética e fria ela se levantou e disse que já ia embora.
Já?! O momento de ir embora já havia passado há dias.
Então... no carro lotado ela lembra dos dias em que fez tanta merda que dava pra compor uma música estilo piano bar.
A estrada sob o sol das 11 horas só trazia uma vontade de não voltar. Sabe aquela história de destruir todas as pontes pra não ter mais como voltar?! Era isso. Pensando bem, o que se devia destruir eram outras coisas.
A noite, ela já pensa no seu porto seguro, manda mensagens só pra inflamar e lá da serra, lá de pink, ela só pensa no quanto é boa aquela situação de estar bem. Depois de algumas coisas, ela olha pro céu e vê que a lua também está indo embora. A lua quase não aparece mais. Que pena... amanhã tem outras luas.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Todas as quatro (16:00).

"Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira."

Pode ser, trocar de roupa pode ser a melhor das saídas.
Saber o que você quer na vida é algo muito importante, mas também dá pra viver sem saber numa boa.
Numa dessas tardes eu percebi que passei tempos procurando pessoas que fizesse das minhas tardes nostálgicas um pouco mais animadas, mais felizes. Todos os dias, por volta das 16:00h, sou acometida de uma tristeza interna e súbita. Por mais que eu adore o crepúsculo, essa história de o que não volta mais, pra mim, é algo horrível, o que supera a minha admiração pelo pôr do sol.
Pois é, então eu encontro pessoas e acabo sofrendo quando me vejo sem elas. E tudo isso pelo fato de não tê-las mais, de se apegar à rotina (coisa desgraçada e impregnante), de criar hábitos, de ser fresca e fraca mesmo. Mas andas nas ruas de Brejo Santo a pé e sem um fone enfiado no ouvido me fez perceber o quanto é sem noção sofrer por pessoas que não melhoram as minhas tardes. Isso foi fácil então, porque eu consegui melhorar aqueles dias saindo pra rua, ligando pra pessoas loucas que validam as minhas loucuras. Tudo isso foi ótimo. Hoje o dia acordou lindo, por mais que estivesse chovendo, adorei ter café na cama, adorei acordar as pessoas inventando um motivo para acordá-las. Nunca pensei que fosse tão bom não ter ninguém pra pensar, todos os dias, por volta das quatro!

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Vida, um trocadilho só!

Pode-se dizer que essa tua reaparição além de agradável foi súbita e sarcástica.
Coisa boa. No meio de um turbilhão de maus pensamentos e expectativas de vingança, de uma revida da vida, sabe? É. Davi aparece e diz que a noite é mais propícia pra visitas. Então eu te procuro no lugar mais indecoroso do bairro e te vejo com um sorriso tão perfeito. Você veio ao meu encontro de um modo tão sutil, e a melhor coisa são as promessas que os seus olhos e que a sua boca não me fazem. Sabemos quais as janelas que podemos abrir. O engraçado é que nossos ex são ex entre eles também e isso é quase um vínculo familiar. Coisas como procurar uma casa pra você “quase” morar, ir te ver só pra ver são mesmo coisas boas e pouco provocativas. É só aquele negócio que dizem: um esforço pra estar, só para estar e super estar! Uma coisa que não sei é se em você sobra alguma coisa para mim, já outra que sei é que levará um tempo, se houver tempo, pra que você tenha alguma coisa de mim além do meu telefone e o meu nome completo. Estou fazendo o seguinte com os meus afetos, nos momentos de presença a infinitude se implanta e isso é tudo. Amanhã, é um advérbio que não passa do dia seguinte e não quero colocar ninguém nele, isso requer muita responsabilidade e eu não quero tê-la. Mas isso não importa tanto, até porque não passa de uma estratégia de sobrevivência pacífica em meio às precárias relações de amor. Coisa boa é passar lá e você estar lá sorrindo pra mim, sempre. Coisa boa é te falar dos meus desastrosos envolvimentos de trabalho e tu ouvir como se fosse a coisa mais interessante do mundo. Eu nunca decoro o que quero te dizer e digo cada coisa louca, e você gostar disso me faz gostar de você.
Hoje o dia amanheceu cantando por que vou te ouvir, e quem sabe até te ver.

sábado, 16 de outubro de 2010

Fumaça.

Naquele momento eu estava convencida. É. Bastante!
Por alguns dias parecia bom ter alguém que se debruçasse em você sem te fazer promessas medíocres.
Então, eu havia esperado a vida inteira.
Todos os meus cigarros se acendiam na nossa ausência.
O meu desejo era toda a fumaça lançada ao ar.
Não havia retrato algum.
A situação era louca e não se sabia.
Então, te irritar parecia algo sobrenatural e involuntário.
O tempo dá no tempo e nos damos conta do que vale a pena tentar.
Quando acabam os limites de reservas resta o álcool e a madrugada vadia.
As portas se fecham e chega a hora de sair, e sozinha, lamentar o descaso.
Quando tudo tende a ser bucólico, a sua alma se corrompe
E entre os beijos vazios das bocas sem sal,
A amargura vai se destruindo sob o impulso das fumaça que te jogo forte.
Até quando, então, você não está perto de mim.
Isso porque você se desfez nas tragadas que te fez, em mim, destruir.

Ano I, baque II.

Deixar...
Eu poderia começar essa prosa falando de aceitações, contudo, inicio falando de reprovações, de descrenças, vou tentar não implorar pra que ninguém concorde comigo no sentido de achar que falta de caráter é o pior dos defeitos, até porque eu acredito no sentido irônico de que os próprios fatos dessa jornada “triunfal” que participamos há de demonstrar. Pois é, a comprovação de como as limitações do próprio corpo é sacal com os nossos princípios se evidenciou nos últimos dias comigo. Tô tentando deixar pra lá e não me ligar tanto nisso, mas como toda primeira vez nos rouba um pouco mais de atenção... tô vidrada nesse negócio de falsidade! Outra coisa é que pensei seriamente em partir pro lado de mandar o meu caráter pro quinto dos infernos, e também não sei por que parei de pensar, porque isso seria o máximo! Esse é o meu lado puritano... Outra merda é que eu não consigo guardar nada, nem dinheiro, nem segredo, nem rancor, muito menos mágoa. E não sei até que ponto isso é bom, você entra num círculo de vulnerabilidade muito grande, as pessoas acabam achando que podem fazer a festa com a sua infame ingenuidade. Você acaba estragando tudo. Mas é assim, o negócio é se afastar de pessoas assim, e se acaso tiver que dar resposta pra isso é só deixar claro a sua necessidade de ser inteira, de viver as pessoas em todas as circunstâncias... Ensina pra essas pessoas que amizade envolve confiar, ajudar, envolve resistir, suportar, por mais que amizade também envolva compartilhar, existe o respeito, a razoabilidade.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Mus..ica!

"Ao acaso
Não vê que a casualidade é uma força
Inesgotável
Se eu me atraso
Eu me entrego, baixo a guarda
E vejo meu querer ficar
Quase incontornável"

Jó tá aqui falando do seu amor, e no meu, eterno e sem coerência!
É assim mesmo, o que não passou ainda pode ficar no canto, de lado.
O bom é estar sob os olhos e os braços do acaso, falando dos velhos e novos comparsas de vida, QUE VIDÂO! Quão louco é o acaso...

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

11.

Você não pode, nem eu
Então fechamos os olhos pra fingis que ninguém sente
O beijo e as palavras se confundem
O cigarro, a flora e a fauna
Isso é engraçado porque há desejo
Ao invés do cigarro, pegar a sua mão pra mim
Só pra mim e te fazer o meu verniz de ponta a cabeça
E se alguém perguntar o que falta pra você se fazer de mim
Responda com sensatez: a insensatez!
Você é o meu papel nesse semi cárcere, Baby
Desta sexta , sábado e domingo depois das 11

Os.

Nos dias que passam, nas noites que voltam
O que se sabe é que sempre há tempo
O do esquecer, o do sentir, o de se ver
No mais, a raiva que destrói e que constrói monstros passa
A verdade paira e é injuriante
No fim eu não vou querer as suas medalhas de bronze batidas a ouro
Não vou me referir a você como um rei do seu poder
Durante toso o tempo você só era um homem
Todos os dias um homem real
Então alguém te leva pro seu espaço e toma o seu poder
Da forma mais simples eu rio da sua fúria ante ao meu incômodo
Quando tudo passar, nada fica
Nada.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Antigos.

Eram os pedaços, foram justamente os pedaços que a gente se fez numa guerra de palavras. Os verbos eram meus, foram seus e ainda havia outros. Hoje eu vi o tamanho do nada que ainda há entre a gente. Muita coisa muda sempre. Pessoas morreram, cachorros nasceram, e eu não sabia que o seu cabelo havia crescido tanto. De repente você percebe que as minhas unhas ainda estão vermelhas e eu não vejo mais nada de novo em você. O silêncio não se apresenta diante da quantidade de coisas pra saber, pra comparar. Você me fala de uma banda que é nova e eu te falo que ainda, e sempre, escuto aquelas três músicas. Então começam os vômitos inevitáveis, o seu novo amor, a minha confissão de que enfim, amei. Então surge a dúvida de quem se machucou mais, contudo, você parece estar melhor do que eu. Mas se hoje você me perguntar pelo David eu vou saber-te responder. Eu sei que a rosa que dei pra tua mãe morreu, e sei também que você voltou pro quarto dos fundos. Gosto de saber que o meu livro nunca sai da sua mochila, isso parece um gesto respeitável e diante do modo em que éramos, é quase um milagre. Ainda não acredito em milagres, muito menos em pessoas, quanto mais vivo mais percebo o quanto elas não prestam. É, e hoje já tenho 23 anos de América do Sul. Não vou mentir, sofri muito pra desabituar com algumas coisas, como ficar na sacada do teu quarto olhando a jambeira. Mas eu sei me distrair perfeitamente e os meus livros são ótimos terapeutas. Meus amigos me ajudaram a entender o que é amor. Só assim é que deu pra sentir isso. Mas eu me entreguei tanto. E estar com você hoje me fez arrepender-se de essa abertura toda não ter sido com você. Mas é assim, nunca se sabe e hoje eu to sem sono, ouvindo nossos hermanos e Teatro Mágico. Hoje o sorriso das pessoas que estavam ao meu redor foi o meu abrigo e a minha história parecia uma torta de maracujá com chocolate. Você me contou algo sobre você e isso já é demais, a gente não se faz bem, isso é nítido e hoje eu nem posso beber aquele vinho em nossa homenagem. O melhor da história é que a gente se esqueceu de se amar, o que nos deixa sãos, de bem com a vida e um com outro. Espero ter deixado de parecer a sua mãe e quero por outras vezes esbarrar com você na fila do pão, pode ser que um dia eu encontre um amor compatível com a minha generosidade de sentimentos, e que isso perdure o tempo suficiente pra que eu te encontre e você veja que um dia eu consegui.

Desalento.

Não sei por que isso acontece. Se for pelo vazio dos porres, se é pelo amor ou ódio as palavras, com certeza é por algo. Pela saudade da estrada ou por causa da desestrutura da carne. Sabe-se lá. O mundo ficou bom quando você entrou, enquanto você ficou, e quando penso em você dá até uma melhorada no clima. O problema é que pensar na sua pessoa anda acabando comigo. A razão do meu mundo foi pro espaço e essa história de te querer bem ainda vai me causar problemas. Hoje a vontade que tenho é de não ter vontades, é de não amar por enquanto, não quero ser uma artista de cinema, eu não quero nada que te sobre. Nesse momento eu sou solidão sem telefones e sem espelhos. Não saio do meu lugar agora só pra sentir esse vazio que você me dá e tentar encontrar um pouco de ódio pra te repelir dos meus dias turbulentos e povoados. Agora, uso as poucas horas que são minhas pra tentar converter rancor e mágoa em raiva. O único estorvo dessa metástase é a sobra de tudo o que foi bom, eu não consigo esquecer isso. Também não esqueço a minha possessão sobre você, em te querer. Eu tenho medo do dia em que te encontrar, justamente pelos motivos que encontrei pra me analisar diante de ti. Perdi o hábito de cumprir as minhas palavras, o hábito de ignorar, de esquecer pessoas. Não consigo mais ver as coisas como um ciclo vicioso. O que eu faço com você em? O acaso não foi amigo do meu coração e será se vou conseguir levar assim?
Conseguir, eu sei que vou, já fiz isso outras vezes. O problema está em você continuar existindo do jeito que eu pedi na minha última carta de natal que fiz pra Papai Noel. Por que você não vai embora depressa na minha vontade de ficar. Você ainda está tão perto de mim e os dias 23 ainda brincam comigo aparecendo um fax pra te mandar. Eu queria tanto fugir disso como a noite foge do dia. Hoje eu assisti toda a noite não passar com um nó na garganta e um aperto no peito. O meu celular ficou desligado pra eu fugir de saídas malucas. Pode ser que um dia ficar com três pessoas na mesma noite volte a ser o máximo. Quem sabe esse desgosto que apareceu hoje vá embora amanhã. Eu quero ver esse smog sumir amanhã, com ajuda do meu encanto, com ajuda da explosão de alegria de toda a minha história. Amanhã será um dia de canto, vou esperar até já já nascer o sol.

Eita!

Há quem diga que pra escrever é necessário um tormento. Pois é, há quem diga muitas coisas. Hoje me bateu o abuso súbito dos desejos súbitos e carnais. E de repente eu escuto “eu não te completo e você não me basta” tocar no rádio, depois do almoço, e esse abuso súbito ganhou um impulso de realidade. Cara, todo mundo já percebeu a minha tendência a gostar do que não presta. Tudo bem, mas agora a percepção passa a partir de mim. Os últimos anos estão sendo muito perversos comigo, principalmente no que diz respeito às minhas alusões ao que é bom e ao que é compassível. Se apegar as pessoas é a coisa mais cabreira desses últimos dias. Mas o problema não está aí, ele está é no desapego. A dança do desapego é tormentosa e requer muita prática, o difícil é a disposição pra ter prática nisso. Desde ontem eu venho refazendo os meus planos e deixando de lado aquele lado calculista benéfico, pra virar espectadora dessa fatigante trama. É difícil essa história de não ser mais aceita, cara, a rejeição é foda! Poucas coisas são tão humilhantes quanto ser colocado na estante. A sensação é de fim de mundo mesmo, é de que nada mais vai ter sentido e que todas as pessoas do mundo não prestam. Isso ainda está sendo assim, até porque o processo é paulatino mesmo. E é isso, eu não posso ficar pensando no seu acabar por nada, não posso ficar tentando encontrar o meu erro quando ele não existiu. Pode ser que ninguém entenda do que realmente esse texto fala, o que eu to tentando dizer. Simplificando, fui trocada por uma coisa que não sei o que é. Se foi pela solidão, se foi por uma, duas ou três mulheres, eu não sei. O que acontece é que fui colocada na estante e isso é tão difícil de admitir e macula tanta coisa, repercute em trabalho, em estudos, em família, isso desestrutura a vida, pelo menos por um período. O que se espera, ao menos, diante disso tudo, são necroses no peito, ou um tipo de calo, pra que das próximas vezes doa menos, arda menos e que cause menos embaraços nesse espetáculo de trama que nos dispomos a participar.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Sem nome.

Uma carapuça, uma máscara de concreto que eu tenho que refazer todos os dias pela manhã e dissolvê-la a noite com álcool ou lágrimas. Já vi muita gente indo embora e já fiz muitas outras partirem, mas a presença tá maltratando bem mais. Eu sei que você está bem alí, depois dessa estrada de sangue que não mais me distrai. E saber disso é o pior dos suplícios que enfrento, sem esperanças. E se você soubesse que eu só não te quero mais porque não te suporto, não imagino entrar novamente nesse seu barco sem vela, nessa fartura de imprevisibilidade. A minha moda é démodé, mas o meu amor é contemporâneo. Tenho um coração envolto por arame farpado e um vigia bem armado na minha porta de entrada. Você ainda me faz mal.

Descarte.

Ser descartável, coração de fuxico. Certa vez tive espaço pra pensar na perda de tempo que é fazer juízo de valor da relação pessoas x pessoas. É. Não adianta refutar o desapego, até por que um dia ele morre. Agora eu posso dizer que entre tantos outros, entre tanta gente, os outros são apenas os outros e tanta gente é apenas muita gente. O cheiro é uma coisa que não fica no travesseiro, fica é na cabeça mesmo, além de irritar, mais ainda, a solidão das tardes cinza. E por mais que a gente tente se debandar pro lado bom, que seja bom, da vida, que tente fazer das pessoas copos ou corpos descartáveis, isso não faz ser bom. Todos os dias têm horas, todas as horas têm dias, e nós marcamos tudo, menos as coisas que jogamos fora, menos aquilo que colocamos nas lixeiras das ruas. Acaba sendo triste perceber uma vida tão vazia, que ficou lá na esquina.