terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Música

Pra Tiago. Por mais que não sejamos mais, guardei pra ele.


Pra Você Guardei O Amor
(Nando Reis)

Pra você guardei o amor
Que nunca soube dar
O amor que tive e vi sem me deixar
Sentir sem conseguir provar
Sem entregar
E repartir

Pra você guardei o amor
Que sempre quis mostrar
O amor que vive em mim vem visitar
Sorrir, vem colorir solar
Vem esquentar
E permitir

Quem acolher o que ele tem e traz
Quem entender o que ele diz
No giz do gesto o jeito pronto
Do piscar dos cílios
Que o convite do silêncio
Exibe em cada olhar

Guardei
Sem ter porque
Nem por razão
Ou coisa outra qualquer
Além de não saber como fazer
Pra ter um jeito meu de me mostrar

Achei
Vendo em você
E explicação
Nenhuma isso requer
Se o coração bater forte e arder
No fogo o gelo vai queimar

Pra você guardei o amor
Que aprendi vem dos meus pais
O amor que tive e recebi
E hoje posso dar livre e feliz
Céu cheiro e ar na cor que arco-íris
Risca ao levitar

Vou nascer de novo
Lápis, edifício, tevere, ponte
Desenhar no seu quadril
Meus lábios beijam signos feito sinos
Trilho a infância, terço o berço
Do seu lar

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Perfil

Não é que eu saiba o que é ser feliz, mas não tenho muita razão pra estar triste. O remédio? Abstrair!Viver é inventar o seu dia.É desconhecer a arrogância. Exalar pura energia!Fazer poemas de amor.Devolver sorrisos.Acreditar que o bem vence o mal, sempre.Enfeitar o coração com cores! Conquistar amigos e ser sempre leal e fiel.Transformar dor em alegria.Ser amor de coração. Inspirar justiça.Viver é correr atrás dos sonhos, da inspiração, dos projetos.Buscar o entendimento das coisas. Ser sempre da paz. Agradecer a alguém qualquer coisa.Buscar o que te faz bem e aos outros também.Beijar na boca. Amar!Pintar o mundo com as cores que te der na telha.Estar sempre jovem.Viver é ser sempre verdadeiro.É constantemente redescobrir modos bons de se estar, um ar bom pra respirar.Ouvir músicas que acalmem a alma e que enalteçam o ego. Desacelerar e aproveitar o tempo que é curto pra quem está de bem consigo e com o outro.Bom é perceber que estamos na vida é pra quebrar a cara mesmo, quem nunca quebrou?O outro lado é perceber que tem tanta gente que é boa.Bom mesmo é gostar com intensidade.E acreditar que pessoas, palavras, chamegos, presenças e afeto curam qualquer cãibra, cólica ou gastrite .

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Quando não se pode mais


Confiar?

Então amanhece um dia e você nem imagina alguém que se possa falar, alguém pra mostrar o tamanho do abismo.

Então você pensa: poderia ter sido diferente? Sim. Mais azul? Sim. Mais Simples? Claro.

Em muitos lugares reina a Hipocrisia e a mentira. Em muitas coisas a verdade é tão distante que parece uma perfeita abstração ao mundo real . Tudo bem né?

Então você pensa: Não vale a pena ser de verdade, sentir de verdade, falar a verdade. Não. Tudo isso não é assim. Sofrer, ser repreendida, ser humilhada, ser calada....tudo isso se desfaz diante de uma ideia, diante de uma verdade, diante de um bem coletivo.

Fazer o bem não é calar por um. Fazer o bem é estar na linha da justiça, de uma justiça ética sem tomada do espaço e da dignidade do outro.

Todos os dias acordar e ver o sol da sua janela, pode crer, vale a pena. E não importa o tamanho da sua janela, a DIGNIDADE não se expressa nela. A mania de acreditar nas pessoas é demasiadamente piegas, mas é necessária. Não me resta acreditar no descrédito da humanidade, o que me resta é ter sonhos, a continuidade dos mesmos.

Acredito, ainda mais, nessa força que todos os dias me levanta, nesse desatino que é a busca pela justiça, pelo que é certo e pelo que é bom. Ter paz implica na libertação das garras do egoismo, da inveja e da submissão. É isso mesmo.

Todos os dias eu acredito, acredito, acredito!

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Quando é

Tantas imagens sem lógica nos saltam aos olhos

Nossa! Parecia de ferro esse seu "ser"

Longe de tudo aquilo que te dá prazer nós resolvemos

Viver com os passos que não leva ao nosso caminho

Acordar porque o sonho não era são, nem seu

Dormir quando o sol chegar pra não ser preciso apagar a luz[da música]

Levemos pro céu muita coisa que foi, por causa da carne e do osso, possível

Levemos nós.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Ao passo.

Na manhã de uma segunda feira você não entende nem sabe nada da vida. Então decide: arriscar.

Não há mais tempo pra procurar nada que faça os gestos passados justificarem uma perspectiva. Lembre que a vida não se explica. Ela só vai acontecendo com cada musica que você descobre. São muitas as músicas que eu faria repertório dessa trajetória sacal que somos submetidos e submetemos.

As coisas passam, e passam mesmo.

Quando o sentimento para de machucar você se depara com as evidências de erros.
Mas não importa, vale a pena. Só não vale lamentar pela flor que você mastigou ao invés de cortejá-la.[vale lembrar que a flor não sou eu, trata-se de um órgão de reprodução das plantas]

Hoje eu peço por nós dois, nessa segunda feira quente eu vejo você
Daí você não toma conta de mim, eu não vou lembrar de você e espero tanto.
Espero porque acredito e confio no meu destino de não estar, amanhã, escorada naquela placa no meio da estrada anunciando que ainda restam alguns quilômetros para o seu encontro com os seus desenganos e excessos.

domingo, 21 de novembro de 2010

Para o meu pequeno, o maior de todos.

Quem vai dizer tchau?

...

A gente não percebe o amor
Que se perde aos poucos sem virar carinho.
Guardar lá dentro amor não impede,
Que ele empedre mesmo crendo-se infinito.
Tornar o amor real é expulsá-lo de você,
Pra que ele possa ser de alguém!


Somos se pudermos ser ainda
Fomos donos do que hoje não há mais.
Houve o que houve é o que escondem em vão,

Os pensamentos que preferem calar,
Se não, irá nos ferir um não
Mas quem não quer dizer tchau.

Era dele

Hoje eu acordei com vontade de jogar tanta coisa fora, inclusive você e eu não sabia por quê. Mas depois eu vi que foram pelas vezes,as vezes que eu saí com minhas amigas e tinha um cabeludo muito massa tocando no barzinho e isso não me agradava mais.Pelas vezes que eu bebia vinho com os meus amigos e só lembrava da casa do Alex e de o quando isso não existe mais, de o quanto o vinho não me deixa mais tonta.Pelas vezes que eu beijei outras pessoas e morria de raiva por que não era você.Eu queria te jogar fora por todos os conhaques que eu tomei com Marcela pelo simples fato de você não ter me atendido.Mas o que mais me fez te querer jogar fora foram as mudanças em mim,eu não tô me reconhecendo, nem ninguém me reconhece. Já fui mais racional e isso apesar de mais frio é mais estável, mais equilibrado.Eu quero de volta os meus sentimentos mais pobres que eu tinha até meses atrás, eu quero orgulho e soberba de volta na minha vida.Eu não sei se você liga pra essa conta de email, mas escrevo por causa da idéia de que algumas coisas uma vez escritas, elas não se perdem no tempo, elas se perdem no espaço e como espaço é só o que existe na sua vida, isso é por demais conveniente.Você também não sabe o quanto me faz bem, também. Mas isso é uma coisa tão nossa que nem você mesmo deve saber.Pra falar a verdade você seria o meu melhor drama. É como se fosse o meu amor de adolescência que eu nunca corri atrás, e agora tenho que correr.É como se fosse o filho teimoso que eu ainda não tive.É o amor que goste de cachorros que eu pedi na virada do ano de 2007.É você que inspira as minhas conclusões mais racionais.Aprendi o que é conclusão de verdade.Você me deu SMILE, como eu podia te jogar fora?Por todas as vezes eu aprendi que migalhas fazem tanta diferença, a gente nunca sabe que parte do que temos é o que vai sobrar ou faltar.Perdoe-me pelas lamentações mas elas são resultados do caos da alma.Você é muito mais pra mim, muito mesmo e eu não sei por quê, isso é até uma covardia porque é péssimo caminhar no incerto e sei lá, e subitamente se deparar com o vão.Mas eu vou levando a vida concluindo algumas coisas.Ontem eu pedi a mãinha pra ir embora, mas eu não consigo.Talvez no máximo, um outono em Porto Alegre só pra ver outras coisas, pois isso é uma merda, mas eu iria pensar em você, e isso não iria mudar nada além de paisagens e umas dúzias de fotografias preto e branco.

Que tenha boas horas.

( :

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Todas as vezes que eu não estiver.

Era mais um dia normal de um verão um pouco chuvoso.
O cara que me levaria ao “suposto trabalho” se atrasou e eu ainda tinha que fazer uma ligação de feliz aniversário.

[Tudo estava normal e parecia precisamente andar bem! Eu ficava distante das coisas poucas de demasiadas repercussões]

Entrar naquela sala com sotaque e discurso destemido, falando alto como se tudo fosse como antes foi engraçado. Pra mim aquilo já havia se tornado "como antes". Eu ficava bem naquela sala como se ela fosse super minha, então, eu possuía a poltrona, a janela, aquela papelada desagradável, contudo, envolvente, enfim, eu não era dona de nada aquilo.

Cara, ver que aquele não era mais o melhor lugar foi tão desbravador. Nossa! Eu nem parecia gente entrando ali e fazendo um cumprimento normal de "bom dia" [tão surpreso quanto eu]. "O que você está fazendo aqui, moça?!"...quase que eu mandava essa resposta de volta .

Me deu nos nervos ver aquilo, aquela invasão. Minha?! hahahahahaha.
Sou mesmo ridícula a esse ponto. Eu queria ir embora dali. Aquele cara sem gravata e de cabelo bagunçado que tanto afetou o meu afeto não poderia estar ali. Eu não podia fazer nada naqueles minutos insuportáveis. Que situaçãozinha chata. Mas não por ser ele. Isso não mexia mais nos meus nervos e tornar essas coisas insignificantes está se tornando hábito.

Sinceramente, o meu desejo não foi incomodar nem nada. Nem desejo havia mais.
O tempo exige tempo pra mostrar que nada é intocável e que cada conquista deve ser nova. As minhas neuroses talvez não o agradasse. A amargura dele cristalizava o meu doce excesso em tudo. Nada tem lógica na vida daquele rapaz. O problema é que ele faz isso ser relevante. É um saco!

Acredito que ter o poder de tirá-lo da minha frente não teria sido usado, caso eu o tivesse.
As coisas teriam se repetido se houvesse outra oportunidade, e mais uma vez eu teria dito: Lúcio, manda um carro vir me pegar, obrigada., seguir é sempre um meio de não ficar na estrada feito uma boba chorando com uma fotografia na mão Baby, a fotografia e as lembranças com certeza eu as guardo, e delas, eu terei uma vasta coleção.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

2 minutos.

Amiga, todas as vezes que você me chama de cão me faz parecer gente novamente.
Todos os anos eu tenho novas frustrações pra compartilhar com você.
A minha bobice de estar apaixonada, o amor pra mim é uma espécie de farpa e vez por outra ela se infinca em mim.
Você não está aqui pra me ajudar a tirar.
Aqui, eu não tenho a sua casa pra ir chorar.
Aqui, a multidão só aumenta o meu vazio e você não imagina o tamanho da farpa que se infincou no meu peito dessa vez.
Já faz um tempo que eu saio do jeito em que costumávamos fazer nas noites de quarta e de sexta, lindas e cheirando a boneca nova.
Quando a gente tá juntas somos tão forte.
Ontem eu fui tão fraca, eu não sabia esperar a minha fraqueza passar.
Essa minha última farpa foi o maior dos suplícios e lembrar nunca me doeu tanto.
Eu queria tanto estar dividindo com você todo esse martírio.
Nesse lugar eu pareço ser outra pessoa, eu não tenho como exercer aquele meu instinto cruel.
Sabe naquelas noites que a gente dava uma de espírita e ficava comparando as coincidências?
Talvez fosse a nossa força de irmã que me fazia tão forte pra superar essas coisas.
Mas é assim, minha amiga, a vida não para pra nada e vamos estar sempre perdendo e se afastando de coisas boas.
Maldito ciclo!
Eu juro que ainda volto a ser o cão de sempre.
Eu juro que volto.

Sucumbir.

Até esta noite eu pensei incisivamente estar curada do estardalhaço que fiz no meu peito.
Não dá pra negar, não se pode dizer que essas coisas são fáceis.
Lembrar é torturante, ficar revendo esse filme faz tanto mal.
Essa noite eu percebi que eu não tinha porque esconder o meu desejo de não esperar.
Eu posso perfeitamente trocar a ordem do jantar e sobremesa. Eu não pude esperar o amor passar. Só isso!

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

a Hora.

Cética e fria ela se levantou e disse que já ia embora.
Já?! O momento de ir embora já havia passado há dias.
Então... no carro lotado ela lembra dos dias em que fez tanta merda que dava pra compor uma música estilo piano bar.
A estrada sob o sol das 11 horas só trazia uma vontade de não voltar. Sabe aquela história de destruir todas as pontes pra não ter mais como voltar?! Era isso. Pensando bem, o que se devia destruir eram outras coisas.
A noite, ela já pensa no seu porto seguro, manda mensagens só pra inflamar e lá da serra, lá de pink, ela só pensa no quanto é boa aquela situação de estar bem. Depois de algumas coisas, ela olha pro céu e vê que a lua também está indo embora. A lua quase não aparece mais. Que pena... amanhã tem outras luas.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Todas as quatro (16:00).

"Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira."

Pode ser, trocar de roupa pode ser a melhor das saídas.
Saber o que você quer na vida é algo muito importante, mas também dá pra viver sem saber numa boa.
Numa dessas tardes eu percebi que passei tempos procurando pessoas que fizesse das minhas tardes nostálgicas um pouco mais animadas, mais felizes. Todos os dias, por volta das 16:00h, sou acometida de uma tristeza interna e súbita. Por mais que eu adore o crepúsculo, essa história de o que não volta mais, pra mim, é algo horrível, o que supera a minha admiração pelo pôr do sol.
Pois é, então eu encontro pessoas e acabo sofrendo quando me vejo sem elas. E tudo isso pelo fato de não tê-las mais, de se apegar à rotina (coisa desgraçada e impregnante), de criar hábitos, de ser fresca e fraca mesmo. Mas andas nas ruas de Brejo Santo a pé e sem um fone enfiado no ouvido me fez perceber o quanto é sem noção sofrer por pessoas que não melhoram as minhas tardes. Isso foi fácil então, porque eu consegui melhorar aqueles dias saindo pra rua, ligando pra pessoas loucas que validam as minhas loucuras. Tudo isso foi ótimo. Hoje o dia acordou lindo, por mais que estivesse chovendo, adorei ter café na cama, adorei acordar as pessoas inventando um motivo para acordá-las. Nunca pensei que fosse tão bom não ter ninguém pra pensar, todos os dias, por volta das quatro!

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Vida, um trocadilho só!

Pode-se dizer que essa tua reaparição além de agradável foi súbita e sarcástica.
Coisa boa. No meio de um turbilhão de maus pensamentos e expectativas de vingança, de uma revida da vida, sabe? É. Davi aparece e diz que a noite é mais propícia pra visitas. Então eu te procuro no lugar mais indecoroso do bairro e te vejo com um sorriso tão perfeito. Você veio ao meu encontro de um modo tão sutil, e a melhor coisa são as promessas que os seus olhos e que a sua boca não me fazem. Sabemos quais as janelas que podemos abrir. O engraçado é que nossos ex são ex entre eles também e isso é quase um vínculo familiar. Coisas como procurar uma casa pra você “quase” morar, ir te ver só pra ver são mesmo coisas boas e pouco provocativas. É só aquele negócio que dizem: um esforço pra estar, só para estar e super estar! Uma coisa que não sei é se em você sobra alguma coisa para mim, já outra que sei é que levará um tempo, se houver tempo, pra que você tenha alguma coisa de mim além do meu telefone e o meu nome completo. Estou fazendo o seguinte com os meus afetos, nos momentos de presença a infinitude se implanta e isso é tudo. Amanhã, é um advérbio que não passa do dia seguinte e não quero colocar ninguém nele, isso requer muita responsabilidade e eu não quero tê-la. Mas isso não importa tanto, até porque não passa de uma estratégia de sobrevivência pacífica em meio às precárias relações de amor. Coisa boa é passar lá e você estar lá sorrindo pra mim, sempre. Coisa boa é te falar dos meus desastrosos envolvimentos de trabalho e tu ouvir como se fosse a coisa mais interessante do mundo. Eu nunca decoro o que quero te dizer e digo cada coisa louca, e você gostar disso me faz gostar de você.
Hoje o dia amanheceu cantando por que vou te ouvir, e quem sabe até te ver.

sábado, 16 de outubro de 2010

Fumaça.

Naquele momento eu estava convencida. É. Bastante!
Por alguns dias parecia bom ter alguém que se debruçasse em você sem te fazer promessas medíocres.
Então, eu havia esperado a vida inteira.
Todos os meus cigarros se acendiam na nossa ausência.
O meu desejo era toda a fumaça lançada ao ar.
Não havia retrato algum.
A situação era louca e não se sabia.
Então, te irritar parecia algo sobrenatural e involuntário.
O tempo dá no tempo e nos damos conta do que vale a pena tentar.
Quando acabam os limites de reservas resta o álcool e a madrugada vadia.
As portas se fecham e chega a hora de sair, e sozinha, lamentar o descaso.
Quando tudo tende a ser bucólico, a sua alma se corrompe
E entre os beijos vazios das bocas sem sal,
A amargura vai se destruindo sob o impulso das fumaça que te jogo forte.
Até quando, então, você não está perto de mim.
Isso porque você se desfez nas tragadas que te fez, em mim, destruir.

Ano I, baque II.

Deixar...
Eu poderia começar essa prosa falando de aceitações, contudo, inicio falando de reprovações, de descrenças, vou tentar não implorar pra que ninguém concorde comigo no sentido de achar que falta de caráter é o pior dos defeitos, até porque eu acredito no sentido irônico de que os próprios fatos dessa jornada “triunfal” que participamos há de demonstrar. Pois é, a comprovação de como as limitações do próprio corpo é sacal com os nossos princípios se evidenciou nos últimos dias comigo. Tô tentando deixar pra lá e não me ligar tanto nisso, mas como toda primeira vez nos rouba um pouco mais de atenção... tô vidrada nesse negócio de falsidade! Outra coisa é que pensei seriamente em partir pro lado de mandar o meu caráter pro quinto dos infernos, e também não sei por que parei de pensar, porque isso seria o máximo! Esse é o meu lado puritano... Outra merda é que eu não consigo guardar nada, nem dinheiro, nem segredo, nem rancor, muito menos mágoa. E não sei até que ponto isso é bom, você entra num círculo de vulnerabilidade muito grande, as pessoas acabam achando que podem fazer a festa com a sua infame ingenuidade. Você acaba estragando tudo. Mas é assim, o negócio é se afastar de pessoas assim, e se acaso tiver que dar resposta pra isso é só deixar claro a sua necessidade de ser inteira, de viver as pessoas em todas as circunstâncias... Ensina pra essas pessoas que amizade envolve confiar, ajudar, envolve resistir, suportar, por mais que amizade também envolva compartilhar, existe o respeito, a razoabilidade.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Mus..ica!

"Ao acaso
Não vê que a casualidade é uma força
Inesgotável
Se eu me atraso
Eu me entrego, baixo a guarda
E vejo meu querer ficar
Quase incontornável"

Jó tá aqui falando do seu amor, e no meu, eterno e sem coerência!
É assim mesmo, o que não passou ainda pode ficar no canto, de lado.
O bom é estar sob os olhos e os braços do acaso, falando dos velhos e novos comparsas de vida, QUE VIDÂO! Quão louco é o acaso...

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

11.

Você não pode, nem eu
Então fechamos os olhos pra fingis que ninguém sente
O beijo e as palavras se confundem
O cigarro, a flora e a fauna
Isso é engraçado porque há desejo
Ao invés do cigarro, pegar a sua mão pra mim
Só pra mim e te fazer o meu verniz de ponta a cabeça
E se alguém perguntar o que falta pra você se fazer de mim
Responda com sensatez: a insensatez!
Você é o meu papel nesse semi cárcere, Baby
Desta sexta , sábado e domingo depois das 11

Os.

Nos dias que passam, nas noites que voltam
O que se sabe é que sempre há tempo
O do esquecer, o do sentir, o de se ver
No mais, a raiva que destrói e que constrói monstros passa
A verdade paira e é injuriante
No fim eu não vou querer as suas medalhas de bronze batidas a ouro
Não vou me referir a você como um rei do seu poder
Durante toso o tempo você só era um homem
Todos os dias um homem real
Então alguém te leva pro seu espaço e toma o seu poder
Da forma mais simples eu rio da sua fúria ante ao meu incômodo
Quando tudo passar, nada fica
Nada.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Antigos.

Eram os pedaços, foram justamente os pedaços que a gente se fez numa guerra de palavras. Os verbos eram meus, foram seus e ainda havia outros. Hoje eu vi o tamanho do nada que ainda há entre a gente. Muita coisa muda sempre. Pessoas morreram, cachorros nasceram, e eu não sabia que o seu cabelo havia crescido tanto. De repente você percebe que as minhas unhas ainda estão vermelhas e eu não vejo mais nada de novo em você. O silêncio não se apresenta diante da quantidade de coisas pra saber, pra comparar. Você me fala de uma banda que é nova e eu te falo que ainda, e sempre, escuto aquelas três músicas. Então começam os vômitos inevitáveis, o seu novo amor, a minha confissão de que enfim, amei. Então surge a dúvida de quem se machucou mais, contudo, você parece estar melhor do que eu. Mas se hoje você me perguntar pelo David eu vou saber-te responder. Eu sei que a rosa que dei pra tua mãe morreu, e sei também que você voltou pro quarto dos fundos. Gosto de saber que o meu livro nunca sai da sua mochila, isso parece um gesto respeitável e diante do modo em que éramos, é quase um milagre. Ainda não acredito em milagres, muito menos em pessoas, quanto mais vivo mais percebo o quanto elas não prestam. É, e hoje já tenho 23 anos de América do Sul. Não vou mentir, sofri muito pra desabituar com algumas coisas, como ficar na sacada do teu quarto olhando a jambeira. Mas eu sei me distrair perfeitamente e os meus livros são ótimos terapeutas. Meus amigos me ajudaram a entender o que é amor. Só assim é que deu pra sentir isso. Mas eu me entreguei tanto. E estar com você hoje me fez arrepender-se de essa abertura toda não ter sido com você. Mas é assim, nunca se sabe e hoje eu to sem sono, ouvindo nossos hermanos e Teatro Mágico. Hoje o sorriso das pessoas que estavam ao meu redor foi o meu abrigo e a minha história parecia uma torta de maracujá com chocolate. Você me contou algo sobre você e isso já é demais, a gente não se faz bem, isso é nítido e hoje eu nem posso beber aquele vinho em nossa homenagem. O melhor da história é que a gente se esqueceu de se amar, o que nos deixa sãos, de bem com a vida e um com outro. Espero ter deixado de parecer a sua mãe e quero por outras vezes esbarrar com você na fila do pão, pode ser que um dia eu encontre um amor compatível com a minha generosidade de sentimentos, e que isso perdure o tempo suficiente pra que eu te encontre e você veja que um dia eu consegui.

Desalento.

Não sei por que isso acontece. Se for pelo vazio dos porres, se é pelo amor ou ódio as palavras, com certeza é por algo. Pela saudade da estrada ou por causa da desestrutura da carne. Sabe-se lá. O mundo ficou bom quando você entrou, enquanto você ficou, e quando penso em você dá até uma melhorada no clima. O problema é que pensar na sua pessoa anda acabando comigo. A razão do meu mundo foi pro espaço e essa história de te querer bem ainda vai me causar problemas. Hoje a vontade que tenho é de não ter vontades, é de não amar por enquanto, não quero ser uma artista de cinema, eu não quero nada que te sobre. Nesse momento eu sou solidão sem telefones e sem espelhos. Não saio do meu lugar agora só pra sentir esse vazio que você me dá e tentar encontrar um pouco de ódio pra te repelir dos meus dias turbulentos e povoados. Agora, uso as poucas horas que são minhas pra tentar converter rancor e mágoa em raiva. O único estorvo dessa metástase é a sobra de tudo o que foi bom, eu não consigo esquecer isso. Também não esqueço a minha possessão sobre você, em te querer. Eu tenho medo do dia em que te encontrar, justamente pelos motivos que encontrei pra me analisar diante de ti. Perdi o hábito de cumprir as minhas palavras, o hábito de ignorar, de esquecer pessoas. Não consigo mais ver as coisas como um ciclo vicioso. O que eu faço com você em? O acaso não foi amigo do meu coração e será se vou conseguir levar assim?
Conseguir, eu sei que vou, já fiz isso outras vezes. O problema está em você continuar existindo do jeito que eu pedi na minha última carta de natal que fiz pra Papai Noel. Por que você não vai embora depressa na minha vontade de ficar. Você ainda está tão perto de mim e os dias 23 ainda brincam comigo aparecendo um fax pra te mandar. Eu queria tanto fugir disso como a noite foge do dia. Hoje eu assisti toda a noite não passar com um nó na garganta e um aperto no peito. O meu celular ficou desligado pra eu fugir de saídas malucas. Pode ser que um dia ficar com três pessoas na mesma noite volte a ser o máximo. Quem sabe esse desgosto que apareceu hoje vá embora amanhã. Eu quero ver esse smog sumir amanhã, com ajuda do meu encanto, com ajuda da explosão de alegria de toda a minha história. Amanhã será um dia de canto, vou esperar até já já nascer o sol.

Eita!

Há quem diga que pra escrever é necessário um tormento. Pois é, há quem diga muitas coisas. Hoje me bateu o abuso súbito dos desejos súbitos e carnais. E de repente eu escuto “eu não te completo e você não me basta” tocar no rádio, depois do almoço, e esse abuso súbito ganhou um impulso de realidade. Cara, todo mundo já percebeu a minha tendência a gostar do que não presta. Tudo bem, mas agora a percepção passa a partir de mim. Os últimos anos estão sendo muito perversos comigo, principalmente no que diz respeito às minhas alusões ao que é bom e ao que é compassível. Se apegar as pessoas é a coisa mais cabreira desses últimos dias. Mas o problema não está aí, ele está é no desapego. A dança do desapego é tormentosa e requer muita prática, o difícil é a disposição pra ter prática nisso. Desde ontem eu venho refazendo os meus planos e deixando de lado aquele lado calculista benéfico, pra virar espectadora dessa fatigante trama. É difícil essa história de não ser mais aceita, cara, a rejeição é foda! Poucas coisas são tão humilhantes quanto ser colocado na estante. A sensação é de fim de mundo mesmo, é de que nada mais vai ter sentido e que todas as pessoas do mundo não prestam. Isso ainda está sendo assim, até porque o processo é paulatino mesmo. E é isso, eu não posso ficar pensando no seu acabar por nada, não posso ficar tentando encontrar o meu erro quando ele não existiu. Pode ser que ninguém entenda do que realmente esse texto fala, o que eu to tentando dizer. Simplificando, fui trocada por uma coisa que não sei o que é. Se foi pela solidão, se foi por uma, duas ou três mulheres, eu não sei. O que acontece é que fui colocada na estante e isso é tão difícil de admitir e macula tanta coisa, repercute em trabalho, em estudos, em família, isso desestrutura a vida, pelo menos por um período. O que se espera, ao menos, diante disso tudo, são necroses no peito, ou um tipo de calo, pra que das próximas vezes doa menos, arda menos e que cause menos embaraços nesse espetáculo de trama que nos dispomos a participar.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Sem nome.

Uma carapuça, uma máscara de concreto que eu tenho que refazer todos os dias pela manhã e dissolvê-la a noite com álcool ou lágrimas. Já vi muita gente indo embora e já fiz muitas outras partirem, mas a presença tá maltratando bem mais. Eu sei que você está bem alí, depois dessa estrada de sangue que não mais me distrai. E saber disso é o pior dos suplícios que enfrento, sem esperanças. E se você soubesse que eu só não te quero mais porque não te suporto, não imagino entrar novamente nesse seu barco sem vela, nessa fartura de imprevisibilidade. A minha moda é démodé, mas o meu amor é contemporâneo. Tenho um coração envolto por arame farpado e um vigia bem armado na minha porta de entrada. Você ainda me faz mal.

Descarte.

Ser descartável, coração de fuxico. Certa vez tive espaço pra pensar na perda de tempo que é fazer juízo de valor da relação pessoas x pessoas. É. Não adianta refutar o desapego, até por que um dia ele morre. Agora eu posso dizer que entre tantos outros, entre tanta gente, os outros são apenas os outros e tanta gente é apenas muita gente. O cheiro é uma coisa que não fica no travesseiro, fica é na cabeça mesmo, além de irritar, mais ainda, a solidão das tardes cinza. E por mais que a gente tente se debandar pro lado bom, que seja bom, da vida, que tente fazer das pessoas copos ou corpos descartáveis, isso não faz ser bom. Todos os dias têm horas, todas as horas têm dias, e nós marcamos tudo, menos as coisas que jogamos fora, menos aquilo que colocamos nas lixeiras das ruas. Acaba sendo triste perceber uma vida tão vazia, que ficou lá na esquina.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Coisas pra contar.

Isso eu tinha que te contar, não vejo problema nenhum em quebrar regras, principalmente as minhas que estão longe de serem paradigmas. Eu falei nunca mais te escrever extra judicialmente, mas eu não vou falar de amor nem de sentimento, vou te contar coisas reais, menos fictícias e maculosas. Que introdução! Mas foi o seguinte, esse fim de semana eu estive com pessoas um pouco antigas, do início da faculdade e a gente foi tocar violão na casa de um deles quando do nada, todo mundo numa boa, de repente o Leandro começa a tocar Like a Rolling Stone (eu juro pelo meu pai que estou ouvindo ela agora), toda errada, mas dava pra entender, até porque ele repetia o refrão o tempo todo. Aí depois ele perguntou se eu havia entendido o porquê dele ter me mandado essa música e eu falei que sim, mas quando ele passou a justificar eu vi que eu não tinha entendido era nada. Depois eu falei pra ele que tinha ganhado de outra pessoa também. Aí eu parei um pouco e com a ajuda do álcool, vi que você não havia me dado Like...puts! Eu entendo muita coisa errado. Eu quem havia colocado ela no meio da história toda. Mas o que importa diante disso tudo é que a minha interpretação inicial desse jingle me fez encostar os dedos no chão. Por mais que eu estivesse um pouco equivocada com o que o Leandro queria me dizer com ela, eu entendi um pouco. A final de contas ele foi o cara que disse que queria morder os meus pés (e isso está publicamente nos meus depoimentos mais antigos), eu tinha espaço pra pensar muita coisa do tipo. Mas hoje, a primeira coisa que fiz quando cheguei em casa foi procurar o seu livro e ler tudo novamente. Fiz uma leitura menos emotiva de algumas coisas e você não imagina o quanto isso me fez colocar os pés no chão. Hoje, Like retratou a minha vida de uma maneira espetacular, de um jeito realista, cru, sei lá, muito real. Sei que isso não tem muito haver, mas faz alguns dias que corri descalçada na linha do trem e cortei meus pés completamente, ficou uma “taboa de pirulito” confeitada com carrapichos, e enquanto os meus pés sangravam eu recusei carona pra casa por que queria que a pessoa que ia me deixar em casa, suplicasse perdão aos meus pés, mas ele não fez isso nem eu entrei no carro dele. Sim, mas o que isso tem haver? Nada, não é?! A sua música no seu livro me mostrou que eu já estou só, sozinha e pronta pra ter que enfrentar a minha tendência em aferir os méritos pelas exterioridades, sozinha e pronta pra colher o que vinha plantando, ou o que plantaram pra mim. Eu estou começando a entender que ninguém tem que escutar os meus gritos nem que me deixar em casa na hora em que eu bem entender, o meu pai morreu há três anos. O meu Diplomata com um gato siamês no ombro também foi embora, então, não tenho mais casa pra onde ir, então talvez seja melhor eu mesma tirar esse anel de diamantes do meu dedo e pendurá-lo num prego, porque no fim das contas eu vou ter um Napoleão esfarrapado pra me dar qualquer coisa e eu vou aceitá-la. Não tenho porque recusá-lo se é a única coisa que tenho. O fantástico dessa música é que ela traz essas possibilidades que amadurecem muito. Outra coisa boa é que ela é moldável pra muita gente, ou será que tem alguém que não cai e que não fica só nessa vida? Acho que não. Mocinho é isso, essa música me trouxe um pouco de maturidade, nessa sua versão. Amadurecer dói, mas é necessário, é perder a ilusão do que fazia importante o que era apenas passageiro. De tudo fica uma coisa boa, toda pessoa, por mais vazia que seja, faz nascer coisas em outra pessoa, e a gente aprende sempre. Você me deu um pouco de limite e sinceramente, a sua música me ajudou a colocar os pés no chão, até cortar os pés, mas hoje eles estão no chão e sob o meu domínio, porque não existe mais ninguém nesse mundo pra enxugar as minhas lágrimas nem pra abrandar o meu pranto. Essa pessoa tem que ser eu e até então eu não sabia disso. Não são coisas fáceis de aceitar ou de achar normal, mas agora acho isso é natural, e numa boa eu fico bem. Você é ótimo. Sua música me faz aceitar que o fato das minhas unhas estarem furta-cor nesse fim de semana é só um detalhe e passageiroe não muda nada. Nunca mais vou revirar trens por paixão nem refutar as decisões de ninguém. Não vou forjar um sentimento volúvel que não existe na minha pessoa, sinto a sua falta, a final de contas tem gente que se apega e eu tava nesse meio. Você é um cara legal e inconscientemente eu te fiz ser algo que você não é. Espero que só eu tenha te conhecido assim. As pessoas gostam de você em todos os aspectos. Não quero te ignorar nem me esquivar a falar sobre você. Eu também não vou ficar te pedindo desculpas, eu não fiz nada e o que existiu de erro, pra mim e pra você são coisas relativas, principalmente se tratando de erro. Acho que agora eu consegui tirar essa coisa ruim que estava dentro de mim ao seu respeito. Menino bom, você é um menino bom! Acho que vou ter uma filha pra ela ficar com você, te garanto que ela será alta, magra e loira. Brincadeira, minha filha vai ser emo e lésbica. Depois das eleições vou comprar um violão e Gilsin vai me ensinar a tocar à palo seco. Você não sabe como uma ponte serve de distância pra quem está só e parece que essa ponte só faz crescer. No mais, essas são mais um bocado de palavrar que me saíram à toa. Palavras podem até não mudar nada mas são as coisas que mais dizem, que mais transbordam. Beijo mocinho, espero que você continue bem na sua empreitada de sonhos.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

O outro erro.

Quanta maturidade, sabedoria e teoria vai a baixo por um impulso, nervoso mesmo.
Quando algumas coisas se repetem elas implantam um desespero. A idéia de abster-se é cruel diante do desejo de continuidade. E o que somos? Tolos, infantis e inconsequentes. Somos muitas coisas diante da conduta fora do padrão e da expectativa do outro. E erramos mesmo. De todo modo erramos, algumas vezes por anseio, por decadência moral, erramos por burrice ou por saber demais. O erro provém dos excessos e das faltas, das gramáticas e das músicas. O erro pode ser construtivo, em algumas modalidades, pode fazer chorar, pode fazer sorrir, o erro te coloca em crise, pode te ensinar, como também não. Nessa minha vida ridícula e errante, nem sempre aprendo com o que acontece, mas é nítido que estamos condicionados a esse verbo tão conjugável, e isso começa com o EU erro e VOCÊ também. É uma sorte de todos essa condição errante não estar restrita à algumas pessoas, isso seria péssimo e inconstitucional. Mas errar está no infinitivo e passível a qualquer filho de Deus, brasileiro, cearense e a outros nordestinos também. Errar nos conduz a vida e a morte, basta saber lidar com os erros. Espero aprender, um dia, a errar!

03.03.10- Estava perdido por la.

Quisera eu ter a capacidade de fazer com que o minha cabeça pare de mudar a visível dimensão das coisas. Hoje tive um dia exaustivo, não tanto cansativo e deprimente, mas um dia real. Na verdade eu queria sanar cada baque de realidade que confrontava com esse meu mero e doce aspecto de independência afetiva. De cada estrada eu faço mapas, de cada migalha eu tiro proveito. Nessas horas está sendo difícil encarar essa vulnerabilidade, essa incompatibilidade. E é por isso que eu desejava que tudo acabasse junto com a minha lata de refrigerante na hora do almoço. É por reconhecer que não posso tanto que só afirmo 'que não posso tanto'. Os dias passam lentos e a minha vida se resume a quatro paredes e um monte de papéis; gosto tanto desses papéis! Todos os dias esqueço-me da minha pessoa. Agora, eu tô em casa sem sono; tenho um livro novo pra ler e uma falta de estímulo do tamanho de um fusca[amarelo]. No meu lixeiro tem apenas uma sacola branca; no meu coração não tem nada; na minha cabeça existem muitas idéias não realizáveis, parece até um mundo virtual. Eu só queria que as coisas permanecessem como estão, por hora, eu me sinto bem. Vez por outra tento perder a mania de pensar em quem não devo, isso por volta de meia noite, o que é inútil, até por que o sol nasce em um piscar de olhos. É isso, tenho vida, um pouco de solidão, vontade de quebrar regras, gosto de azul, sinto raiva de meia dúzia de pessoas, ainda quero ficar tonta depois de beber vinho quente com os meninos da faculdade. No mais, não estou indo embora, baby, vou aproveitar essas horas, simplesmente pelo fato e pela certeza delas serem minhas.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Coisas.

Acho que a vida dessa vez tem razão. Alguém me venceu.
Dessa vez eu não quero, nem consigo eliminar do jogo o que me domina.
Sabe por que falo isso? Não sei.
Passei a confiar tanto naqueles olhos [quase dois traços]que não pondero palavras.
Eu quero todo pra mim, de um jeito bom, de uma maneira doce.
Em dias como hoje, não sei onde colocar tanta saudade.
Em dias como hoje, agradeço os meus afazeres que me distraem da morosidade das horas.
Nesses dias a gente só tem uma música, uma dúzia de beijos, e em mim, uma saudade inexplicável.
Vou entregar-me ao tempo... "tempo, tempo, mano velho."

terça-feira, 4 de maio de 2010

Outro elefante nas costas.

Uma coisa, já fazia algum tempo em que eu não havia parado pra pensar sobre isso, isso que falo é do meu relacionamento não afetivo com os vivos que estão ao meu redor(é porque existem mortos também). Pois é, existe um peso nas minas costas e acho que vou atribuí-lo as diversas adaptações que estou tendo que ter e de praticar o velho e habitual verbo “conviver”. E tudo isso porque ando percebendo que estou no meio de loucos e que cada um tem uma granada ou uma metralhadora nas mãos, de alguns dá pra escapar dos tiros, com outros tenho que convencê-los a não puxarem a cordinha, o que provoca um certo desgaste físico e cerebral.

O pior de tudo isso mesmo é que “tudo isso” cansa, além de irritar, de dar náuseas, cólicas, câimbras, cáries, pedra no rim, etc e tal. O razoável é a possibilidade de permanecer na rotina, isto é, se as suas tentativas de sobrevivências não forem frustradas por outro psicopata igual a você que resolva aparecer no caminho e tente convencer os loucos a puxarem a cordinha, ou até mesmo te distrair pra que um tiro das metralhadoras que te alvejam lhe acerte um tiro bem na supra-renal..ai não dá pra viver sem ela.

Contudo, são os repasses que me deixam permanecer em crise e não me ligar muito nessas observações provindas do ócio de minutos. No entanto, uma boa seria encontrar a maneira de “tirar”esse outro e mais um elefante das minhas costas, tirar é o verbo mais apropriado por que daí eu não iria responder por contravenção penal, por que pela obsessão de licitude em que tô vivendo, eu iria me apresentar perante autoridade policial, e faria também a minha denúncia.

De tal maneira em que não encontro a saída pra isso, vou levando a minha vida nesse desvio de tiros, de explosões, de conduta também, e num sábado qualquer, por mês, num domingo cinzento e chato e mais que insuportável depois do Faustão, eu resolva sair de casa e ir até a beira da linha do trem, tomar um vinho barato, doce e meio quente com o meu amigo que também vive esse dilema, e um contar pro outro que o aniversário de morte do David Gilmour tá chegando e que não podemos esquecer de acender a vela, aquela velha vela de vinte e cinco centavos que encontramos em qualquer bodega da esquina, e esquecer um pouquinho do nosso amigo tarantela nas nossas costas.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

2009,errata.

ontem quando eu não conseguia dormir eu pensei que eu fui muito rigorosa na minha avaliação de 2009. o ano foi sussi! primeiro que eu sobrevivi né. tem tanta gente que morreu.... outra é que com altos e baixos eu consegui dinheiro pra me sustentar (minha mãe paga meu ônibus as vezes e as calcinha e meia nova. não dou conta de pagar calcinha e meia meu, como pode ser tão caro?) e nem torrei tuuuudo a minha poupança. sobrou um bocado pra eu gastar loucamente sem responsabilidade esse ano (e daí juntar de novo, óbvio). ouuutra coisa é que eu consolidei amizades com as amigas das amigas (ou seja, tenho amigas novas) e ainda consegui "reativar" (1 real pra quem lembrar do verbo que se encaixa melhor aqui) amizades que estavam paradas. a vida prega essas peças né? as vezes a gente se afasta de pessoas que deviam ficar no nosso lado e não só no nosso coração pra sempre (cinismo também é carinho). daí outra coisa massa é que eu consegui largar mão de querer ser amiga de quem não presta. vou nem explicar... eu tava precisando parar de insistir em certas pessoas. sinto que matei o elefante das minhas costas.
talvez eu seja só louca nesse aspecto de amizade, mas eu sempre acho que uma parte das pessoas que eu convivo me odeia. quero deixar claro que eu sei bem certo quem me odeia. quem me odeia eu cortei contato, sobrou ninguém pra 2010. outras pessoas que me odiavam antes de 2008 eu dou uma chance agora. o gelo dura só 2 anos, olha só? não fiz catequese mas sei perdoar!