domingo, 21 de agosto de 2011

Desmaiar paixões em verbos



Dessa vez é pra dizer de verdade, dizer que você não é especial por conta das minhas palavras que cantaram pra você; palavras é a minha especialidade. E amar e desmedir e falar e dizer e pedir, esse é o modo.

Isso acontece com todos, lamento, se for preciso.

Os seus chutes imaginários, as paradas e estradas que acredita ter me deixado, para trás, não são um ponto final nem intermediário de lugar nenhum... Já num plano real, fora do seu acervo imaginário, é um ponto de partida pra vários lugares, pra tanta gente.

De um lado reconheço as minhas feridas, que visíveis, doeram por longas noites e ebriedades.

Construíram montanhas, muralhas, poços, construíram a minha paz e desespero.
Admito ainda que sou fraca, em alguns aspectos, todo mundo é, todo santo é são, você sabe.

Embora doa, o teu cheiro, as tuas músicas, digo a todos, os seus cheiros, as suas músicas, de todos ficam, numa lembrança sutil e alguns gostos de vontades vorazes... [lembrar é bom].

Eu lamento até por elas, que foram tantas ante a sua necessidade de múltiplas escolhas.

Elas não têm o meu veneno, a minha ideologia anti farpa de não amar. Pobre delas em companhia de um doce murmúrio de tais amores.

Eu nada cresço em dizer-te tais conjunturas desmedidas e desalmadas, mas sobra, sobra isso em mim, embora não te supra.

Repito outra hora comigo e com quem quer que seja, então, pra amar, somente o mais profundo dos sentimentos que me pegue, repentinamente, de vendas e sem armas, para assim me persuadir a usar farpas das quais não posso remover com uma pinça;

Aquelas farpas que fora do infinitivo devastam, mazelam, torturam... alguns dizem amar.

Desmaiar paixões em verbos



Dessa vez é pra dizer de verdade, dizer que você não é especial, por conta das minhas palavras que cantaram pra você; palavras é a minha especialidade. E amar, e desmedir e falar e dizer e pedir, esse é o modo.

Isso acontece com todos, lamento, se for preciso.

Os seus chutes imaginários, as paradas e estradas que acredita ter me deixado, para trás, não são um ponto final nem intermediário de lugar nenhum... Já num plano real, fora do seu acervo imaginário, é um ponto de partida pra vários lugares, pra tanta gente.

De um lado reconheço as minhas feridas, que visíveis, doeram por longas noites e ebriedades.

Construíram montanhas, muralhas, poços, construíram a minha paz e desespero.
Admito ainda que sou fraca, em alguns aspectos, todo mundo é, todo santo é são, você sabe.

Embora doa, o teu cheiro, as tuas músicas, digo a todos, os seus cheiros, as suas músicas, de todos ficam, numa lembrança sutil e alguns gostos de vontades vorazes... [lembrar é bom].

Eu lamento até por elas, que foram tantas ante a sua necessidade de múltiplas escolhas.

Elas não têm o meu veneno, a minha ideologia anti farpa de não amar. Pobre delas em companhia de um doce murmúrio de tais amores.

Eu nada cresço em dizer-te tais conjunturas desmedidas e desalmadas, mas sobra, sobra isso em mim, embora não te supra.

Repito outra hora comigo e com quem quer que seja, então, pra amar, somente o mais profundo dos sentimentos que me pegue, repentinamente, de vendas e sem armas, para assim me persuadir a usar farpas das quais não posso remover com uma pinça;

Aquelas farpas que fora do infinitivo devastam, mazelam, torturam... alguns dizem amar.

sábado, 20 de agosto de 2011

Estupidez.



Eu gostaria que fosse amor, ou poesia, mas isso é quase esquizofrenia.

Eu paro em frente ao espelho, no lago, sinal ou fogão e me pego tecendo relatos ao seu respeito. Antes fosse qualquer coisa falsa ou sentimento fraco, mas é forte e me fazia abraçar os joelhos na espera de refúgio físico pros impulsos.

Ligar-te, escrever-te, falar-te... Palavras inúteis e necessárias em contraponto.

Eu não queria lembrar-se de nada, queria ser indiferente e parar de bater o pé. Há tanta água nos meus rios e eu ancorada no seu mar tão raso.
Isso foi bom por algumas horas, isso fez mal pra vida toda. Ontem à noite eu precisei do mais forte dos analgésicos e opióides pra poder continuar gente.

Acontece! Você foi simplesmente o tumulto da minha vida. O vômito do meu porre [essencial]. Você foi.

Se eu desligasse o rádio e a música parasse de tocar, mas ela não para, e se repete a cada ato jurídico estúpido e vão dessa saga sacal e contínua.

Vou tentar outra vez, e com razão por estar nesse momento nos ombros do Gigante, ele me ajudará.

Vergonha, nojo, saudades, afeição e desprezo...foi um misto de sentimentos devastadores, os quais desejo um dia não sentir mais. Mas, como num conto de fadas ou num filme do Almodóvar, acontece!

O resto, o tempo dá jeito.

sábado, 6 de agosto de 2011

As noites e a noite.





Parecia de mentira aquela noite sem dinheiro, sem esperanças, sem amigos e sem as chaves de casa.


Aceitar ficar naquele hotel com vistas pro Vidigal e gastar todo o dinheiro do álcool para aquela madrugada com essa hospedagem seria uma burrice.


Então o seu pai aparece justamente no bar em que resolvemos entrar e tomar um pouco da “alguma coisa” que nos restava.


O seu pai é muito estúpido e eu adoraria cuspir nele. Não por mim, mas por você.


Então ele te dá dinheiro e me manda ir embora da sua vida, da sua rua, do seu sinal de trânsito.


Os sapatos dele bem polidos nunca amenizariam a minha indignação pela hipocrisia que reflete deles. Aquele paletó [que daria pra pagar um semestre da minha faculdade] cor de chumbo parecia mais um colete a prova de balas, a prova de verdades. Mas você é minha amiga e desejo profundamente que nunca leia esta página.


Estar fora de casa, longe de casa, fora de se...


A pessoa mais imbecil e que mais te faz ser imbecil na face da terra, só porque vocês se beijaram numa casa qualquer, não pode te ver nesse dia porque a atual, da vez, namorada dele, estava chegando de Buenos Aires.


Então me restou uma carona, depois de passar em um bar e beijar um cara que usava um all star verde cana, furado na lateral esquerda deste mesmo pé, e tomar um tanto muito de “alguma coisa”, sem saber o nome do cara, mas procurando na agenda do celular o seu número pra ligar na próxima confusão mental.


A carona não era pra minha casa, eu não tinha casa, era pra qualquer lugar que tivesse um chão limpo e um pouco de vodca. A culpa não era de ninguém, tudo isso eram coisas da vida, só dela.


O dia não acaba ai. Sabe o imbecil, o da menina da Argentina? Ele me liga. Ele vai até onde eu estou, em uma casa qualquer e a gente se beija, sempre. No meio disso tudo eu senti, apenas, um leve cheiro daquele perfume cubano de uma das últimas viagens felizes. E embora todos esses desprendimento físico [dele] e emocional [meu], ele afirma que não me ama e eu confirmo que esta nunca me foi uma condição para usá-lo.


Não houve mais beijos nem palavras; apenas três pneus incinerando em meio à estrada que me levava pra casa.