terça-feira, 2 de novembro de 2010

2 minutos.

Amiga, todas as vezes que você me chama de cão me faz parecer gente novamente.
Todos os anos eu tenho novas frustrações pra compartilhar com você.
A minha bobice de estar apaixonada, o amor pra mim é uma espécie de farpa e vez por outra ela se infinca em mim.
Você não está aqui pra me ajudar a tirar.
Aqui, eu não tenho a sua casa pra ir chorar.
Aqui, a multidão só aumenta o meu vazio e você não imagina o tamanho da farpa que se infincou no meu peito dessa vez.
Já faz um tempo que eu saio do jeito em que costumávamos fazer nas noites de quarta e de sexta, lindas e cheirando a boneca nova.
Quando a gente tá juntas somos tão forte.
Ontem eu fui tão fraca, eu não sabia esperar a minha fraqueza passar.
Essa minha última farpa foi o maior dos suplícios e lembrar nunca me doeu tanto.
Eu queria tanto estar dividindo com você todo esse martírio.
Nesse lugar eu pareço ser outra pessoa, eu não tenho como exercer aquele meu instinto cruel.
Sabe naquelas noites que a gente dava uma de espírita e ficava comparando as coincidências?
Talvez fosse a nossa força de irmã que me fazia tão forte pra superar essas coisas.
Mas é assim, minha amiga, a vida não para pra nada e vamos estar sempre perdendo e se afastando de coisas boas.
Maldito ciclo!
Eu juro que ainda volto a ser o cão de sempre.
Eu juro que volto.

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