terça-feira, 19 de abril de 2011

Fácil?

Saber que você está logo ali e nada posso fazer; Escutar uma música que é apropriadamente sua e deixar isso como está;

Ler coisas suas e instantaneamente vestir um espartilho que não cabe o meu peito;

Não conseguir sair da estrada sangrenta e asfaltada do destino que acaba por esbarrar em você...

Difícil é sentar de frente pra você e se concentrar em um porta guardanapos só pra evitar os teus olhos

Não importa quantos minutos foram que passamos na mesma sala, em algum momento casual, isso vai atrapalhar a minha semana inteira.

O pior é que todos os meus amigos, os meus verbos e a minha lei também são coisas suas.

A minha vida desmorona todos os dias quando tento esquecer-se do pouco que você esteve na minha vida, do estrago que findou e chego próximo à loucura ao pensar no quanto isso ainda pode durar.

Então você acha que é fácil ?

Parece simples não ter nenhum motivo para voltar pra casa e deitar numa cama que não traz o sono.

Você deve ter sempre um motivo diferente pra voltar pra sua cama.

Pensar nisso acaba com o meu sol, com as lágrimas, com o inverno que me era bom.

Isso acaba com a minha perspectiva de mundo e você não sabe como eu odeio tudo isso.

Então, cada passo, cada toque, cada letra, manifestação e foto doem de um jeito que eu não posso dizer nada, porque não posso sofrer, e sou de ferro.

Intercedo a algum anjo caridoso que me distraia com as mazelas da vida alheia pra que eu sinta piedade e me afaste do ódio de não te ter.

Vez por outra eu passo a imaginar como sou tola, como fui patética me permitindo a participar do seu exaustivo e mesmo ritual...

Mesmos lugares, a mesma história do “vai ser melhor pra você”, a sua casa, uma conversa ridícula, não sei se as mesmas músicas pra lembrar ou fazer amor, ou acordar, disso eu não sei, mas muito se sabe e eu lamento muito.

Não é fácil acordar todos os dias com uma missão e ir dormir derrotada.

É preciso uma força misteriosa e divina pra sonhar que isso um dia acaba, e mais ainda pra evitar inverter o papel e nunca mais amar ser parte da vida de outra pessoa.

É horrível saber que durante nove meses e vinte seis dias você esteve comigo de um modo insuportável, me fazendo mal, me fazendo ser hipócrita e inconseqüente.

Quanta vontade eu já tive de pegar o carro e sair desesperadamente pra bater na tua porta.

Se eu enlouquecer não quero ficar solta nas ruas, não permita.

E como em poucas vezes na vida, eu não sei o que fazer por que isso não passa.

Eu quero tanto que você vá embora, como nunca quis.

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