Vez por outra travamos um duelo invisível baseado em ressentimentos passados. Escrever é um modo de estudar tais coisas, de ser um pouco mais perspicaz.
terça-feira, 12 de outubro de 2010
Eita!
Há quem diga que pra escrever é necessário um tormento. Pois é, há quem diga muitas coisas. Hoje me bateu o abuso súbito dos desejos súbitos e carnais. E de repente eu escuto “eu não te completo e você não me basta” tocar no rádio, depois do almoço, e esse abuso súbito ganhou um impulso de realidade. Cara, todo mundo já percebeu a minha tendência a gostar do que não presta. Tudo bem, mas agora a percepção passa a partir de mim. Os últimos anos estão sendo muito perversos comigo, principalmente no que diz respeito às minhas alusões ao que é bom e ao que é compassível. Se apegar as pessoas é a coisa mais cabreira desses últimos dias. Mas o problema não está aí, ele está é no desapego. A dança do desapego é tormentosa e requer muita prática, o difícil é a disposição pra ter prática nisso. Desde ontem eu venho refazendo os meus planos e deixando de lado aquele lado calculista benéfico, pra virar espectadora dessa fatigante trama. É difícil essa história de não ser mais aceita, cara, a rejeição é foda! Poucas coisas são tão humilhantes quanto ser colocado na estante. A sensação é de fim de mundo mesmo, é de que nada mais vai ter sentido e que todas as pessoas do mundo não prestam. Isso ainda está sendo assim, até porque o processo é paulatino mesmo. E é isso, eu não posso ficar pensando no seu acabar por nada, não posso ficar tentando encontrar o meu erro quando ele não existiu. Pode ser que ninguém entenda do que realmente esse texto fala, o que eu to tentando dizer. Simplificando, fui trocada por uma coisa que não sei o que é. Se foi pela solidão, se foi por uma, duas ou três mulheres, eu não sei. O que acontece é que fui colocada na estante e isso é tão difícil de admitir e macula tanta coisa, repercute em trabalho, em estudos, em família, isso desestrutura a vida, pelo menos por um período. O que se espera, ao menos, diante disso tudo, são necroses no peito, ou um tipo de calo, pra que das próximas vezes doa menos, arda menos e que cause menos embaraços nesse espetáculo de trama que nos dispomos a participar.
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