domingo, 1 de janeiro de 2012

2011



2011 a felicidade não esbarrou apenas em mim, mas em quem quis se encostar, tomá-la emprestada, compartilhar, em quem quis apenas sonhar. A felicidade passou de intensão, de papel de parede, de notas fiscais, rascunhos e contra fé. Ela esteve na hora do almoço, nas “três da tarde”, no tanque seco e nas luzes de neon. A felicidade esteve nas degustações de safras boas e ruins. Esteve nas terças feiras mágicas do nosso tempo. Ela esteve na nossa falta de tempo. Feliz se fez uma outra quinta feira sofisticada ao som de Dylan e Sinatra que me fizeram molhar os lábios ativos, tudo se fez.


2011 dançou no reggae, blues, tango e principalmente o meu preto rock’n holl, nele dançou-se muito. Sem se falar nos sábados de garoa sem sinfonia, das tardes de domingo cinzas e sem alegrias, mas sempre passaram como o moço do algodão doce, cantando.


E nas paredes de alecrim do Chile, Santiago e suas estupidez amareladas e sem o gosto da Dalí. Mas nada isso explica da minha vida que viajou rotinas diárias desse 2011 perfumado nas manhãs montanhosas e nas curvas sinuosas do medo confiante. E esses dias passaram mas teve adeus sem despedidas [e o melhor avô do mundo resolveu juntar toda família para sentir saudade]. Teve amor de adolescência que fez-se fim num acidente numa triste estrada. Teve amor que [pra variar] veio de longe só para provocar. 2011 também teve romance esnobe porque tem gente que ainda não aprendeu a amar.


E 2012?! Ah, a partir de hoje, tudo é propósito. Porque a partir de hoje há uns trezentos e sessenta e seis dias para escandalizar a falta de compromisso com o [des]caso. Porque a partir de hoje tudo é muito pessoal. Tanto, que Chico [o Buarque] já marcou para março seu pedido de desculpas por não ter comparecido em 2011. Já o desculpei pela ausência e prometi amor eterno. Sim, confesso: sou do tipinho que se envolve com planos breves de felicidade, ainda mais quando ela vem em terças-feiras musicadas, em gente disponível de verdade, em lugares que me permitam além da sala de estar. 2012, meu caro, seja suficiente, seja doce e imperativo para ser melhor que 2011.

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